domingo, 11 de julho de 2010

Aquecimento Global

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Eu já fui um desses “homens verdes extremistas” que lutavam com todas as forças pela fomentação da consciência ambiental na nossa sociedade. Al Gore tornara-se meu mestre e seu documentário sobre o aquecimento global era repetido ativamente em quase toda palavra que eu pronunciava. Lembro-me também da exposição do assunto que eu fizera perante comandantes e companheiros de turma na minha antiga escola militar, trabalho que a muitos emocionou e, posteriormente, me rendeu premiações e convites de escolas e ONGs interessadas em minha palestra. Porém, hoje, três anos depois de minha onda verde, as únicas afirmações que posso fazer quanto a isso são de que sou cético e de que não acredito no aquecimento global, pelo menos, não da forma como nos foi mostrado.

Eu não sou como um cavalo de carroça que só consegue olhar para frente. Mesmo naquela minha fase de ambientalista chato associada com a ingenuidade juvenil própria da idade, na época quinze anos, eu já sabia as implicações de defender assiduamente um tema polêmico como é o aquecimento global. Tentar argumentar com base em dados estatísticos e fotos sensacionalistas que apontavam o homem, com sua intensa emissão de CO2, como o principal contribuinte do aumento do efeito estufa, sempre fora fácil demais visto que o único argumento dos céticos era a indesejável e pessimista teoria de que este aquecimento provém de um processo cíclico, logo, inevitável. Entretanto, é sabido da cultura popular que o que é fácil na maioria das vezes não é correto e, mesmo com toda minha precaução quanto a defender algo eticamente correto, mas com pouca fundamentação científica, nada me preparara para a bomba que dizimaria a imagem de meu herói.

Denúncias quanto à manipulação de dados, suborno de empresas ligadas com o desenvolvimento de combustíveis verdes, dúvidas quanto à validade do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) da ONU, e claro, a explicitação de que meu herói Al Gore, ex-vice-presidente americano, seria o principal mentor de todas essas fraudes, afundaram por completo qualquer senso ético que outrora havia em mim. Os sentimentos de traído e usado, típicos de alguém inexperiente que termina uma relação, afloraram em mim quando descobri a falsidade de tudo aquilo que um dia acreditei.

Não estou justificando que a Terra é como um sorvete que derrete, no qual temos de comer dele o mais rápido possível antes que ele se liquefaça e descubramos que poderíamos ter aproveitado mais. Nem mesmo me arrependo de ter tentado motivas nas pessoas o desejo ético de proteger nossos ecossistemas. Me arrependo apenas de ter confiado cegamente na “bondade” dos homens e não perceber a luz que a ciência estava a me mostrar. Pelo menos, aprendo hoje que, embora o homem não seja o grande culpado pelo aquecimento global, sua ganância e egoísmo são as razões dos principais problemas que ele vive, mas que logo, logo a natureza tratará de extinguir.